Por que o bebê não pode comer antes dos 3 meses?

Não é segredo para ninguém que o leite materno é o alimento mais completo que existe. Ele é uma rica fonte de vitaminas, minerais, cálcio, gorduras benéficas e bactérias probióticas.

Tudo isso o torna capaz de nutrir, fortalecer e proteger os bebês de uma série de doenças, algo que pode trazer resultados até mesmo a longo prazo na saúde da criança. 

Por essas razões, o aleitamento materno exclusivo é o mais indicado até que a criança complete 6 meses de vida. A partir disso, é necessário complementar a alimentação com frutas, verduras, legumes, cereais e assim por diante, já que para que aconteça seu crescimento e desenvolvimento adequados doses extras de nutrientes são necessárias. 

Aleitamento materno

Entre 4 e 6 meses de idade, a criança entra em uma fase na qual consegue sentar com apoio e identificar sabores. Além disso, é também quando determinadas enzimas responsáveis pela digestão começam a atuar no organismo do bebê. São essas e outras transformações que fazem do sexto mês de vida o período ideal para introduzir novos alimentos em sua dieta. Confira a seguir algumas dessas mudanças. 

Funções cognitivas e psicomotoras do bebê

A partir do quarto mês, a criança passa a ter impulsos nervosos mais apurados, o que acontece em função do amadurecimento de seus neurônios e sistema nervoso como um todo.

Esse aspecto do desenvolvimento faz com que as funções motoras estejam mais aprimoradas, possibilitando ações como andar, sentar e falar, entre outras. Como é de se imaginar, para o beber se alimentar adequadamente, é preciso que ele consiga sentar sem apoio, sustentando bem a cabeça e o tronco. 

Levantar o pescoço e sustentá-lo é um desafio nesta fase do bebê
Levantar o pescoço e sustentá-lo é um desafio nesta fase do bebê

Além disso, é nessa fase que a criança perde o reflexo de projetar a língua para fora, o que poderia acabar empurrando a colher e dificultando a refeição. Ao mesmo tempo, é quando o bebê passa a estar mais preparado para interagir com o mundo a sua volta, tendo curiosidade de abrir a boca e provar as coisas.

Sendo assim, esses aspectos do desenvolvimento são alguns dos principais fatores para que o bebê consiga realizar todos os movimentos que envolvem engolir a papinha. Mas não pára por aí! Há outros sistemas do corpo que precisam do desenvolvimento adequado para que a introdução alimentar seja feita com segurança. Confira a seguir.

Desenvolvimento do sistema gastrointestinal

Após o nascimento, alguns órgãos do corpo ainda não funcionam em sua potencialidade. O intestino, por exemplo, não está totalmente apto para a absorção de nutrientes, bem como o fígado e o pâncreas, que não conseguem liberar enzimas em quantidades adequadas para contribuir com a digestão

É a partir dos 6 meses que essas funções começam a se regular e entrar em ordem, favorecendo o funcionamento do sistema gastrointestinal da melhor forma.  

Diversas papinhas

A capacidade do intestino de barrar agentes estranhos é maior a partir dos seis meses, quando as bactérias intestinais protegem a criança de possíveis irritações e infecções.

Da mesma forma, é nesse período que boa parte das enzimas digestivas começam a trabalhar de maneira mais eficaz, o que é essencial levando em consideração a quantidade e diversidade de alimentos que serão ingeridos pelo bebê que vai iniciar a introdução alimentar. 

Além do fígado, pâncreas e intestino, os rins ainda não estão maduros o suficiente antes dos seis meses do bebê. Sua principal função, que é a filtragem e eliminação de água e sal do organismo, pode estar comprometida antes disso, já que não estão aptos para eliminar grandes quantidades de sódio.

O corpo do bebê está se adaptando as novas rotinas
O corpo do bebê está se adaptando as novas rotinas

Vale ressaltar a importância dessa tarefa, que é essencial para promover o equilíbrio entre essas substâncias no corpo. Sem o devido equilíbrio, os rins do bebê podem acabar sobrecarregados. 

Além do sistema gastrointestinal, o sistema imunológico também está envolvido nessa etapa de desenvolvimento. Continue a leitura para entender melhor. 

Atuação do sistema imunológico no bebê

Como brevemente mencionado no início deste artigo, o leite materno é fundamental para proteger os bebês de diversos problemas de saúde.

Levando em consideração que o organismo da criança não está bem formado e desenvolvido antes dos seis meses de vida, o mais indicado é aguardar até essa fase para só então iniciar a introdução alimentar. 

A amamentação é fundamental para o sistema imunológico do bebê
A amamentação é fundamental para o sistema imunológico do bebê

Dessa forma, é mais seguro que a criança tenha contato com outros alimentos além do leite materno quando seus órgãos e seu sistema imunológico estiverem devidamente preparados para isso. Isso é fundamental para evitar irritações, infecções e alergias alimentares.

O momento que as defesas do corpo estão preparadas para entrar em contato com novos nutrientes e proteínas é a partir dos seis meses. 

Continue a leitura para entender melhor as desvantagens envolvidas na introdução alimentar precoce. 

Os riscos da introdução alimentar precoce para o bebê

Agora que já entendemos os motivos que levam o sexto mês do bebê ser a idade considerada mais adequada para a introdução alimentar, vamos compreender os riscos implicados em oferecer comida a uma criança ainda mais nova.

Tanto a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) quanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) defendem que a idade ideal para a realização da introdução alimentar do bebê é a partir dos 6 meses de idade, levando em consideração as questões fisiológicas e biológicas explicadas nos tópicos anteriores deste mesmo artigo. 

Introdução alimentar precoce: o risco

Não há qualquer evidência que comprove alguma vantagem na introdução precoce de outros alimentos além do leite materno na dieta da criança, mas há diversas fontes que mostram como essa prática pode ser prejudicial para a sua saúde. 

Há indícios que apontam que crianças com introdução alimentar precoce apresentam maiores riscos de desmame precoce e do desenvolvimento de doenças gastrointestinais, como diarreia, para a qual o aleitamento materno é um fator protetor de enorme importância. 

Além disso, pode contribuir com o surgimento de um futuro quadro de obesidade, além de interferir na pressão arterial, metabolismo do colesterol, resistência insulínica, saúde óssea e imunológica.

Melhor não arriscar, não é mesmo?! Os riscos envolvidos na introdução alimentar precoce (ou seja, antes da criança completar seis meses de vida) são muitos, e não valem a pena em comparação com qualquer vantagem que possa ser descoberta. 

Portanto, conclui-se que a introdução alimentar a partir dos seis meses de vida é de fato a melhor opção, inclusive a longo prazo para a saúde da criança, oferecendo proteção contra uma série de problemas de saúde. 

A melhor maneira ainda de realizar essa introdução, é com o apoio de uma nutricionista que vai te auxiliar no seu plano de introdução alimentar. Por isso, em alguns berçários é possível encontrar esse profissional para uma introdução alimentar mais saudável possível,

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