O que uma criança pode aprender no momento da alimentação?
A alimentação infantil é um tema frequente entre grupos de pais e mães, e até mesmo em fóruns na internet e redes sociais. Como é um assunto muito importante e recorrente, é também permeado por muitas dúvidas e preocupações.
Você sabe qual a importância da alimentação das crianças para o aprendizado? Confira neste artigo.
A nutrição é essencial para o aprendizado
Considerada a principal fase de desenvolvimento, a infância é um período de muitas descobertas, o que favorece o aprendizado. É, portanto, o cenário ideal para iniciar o incentivo de hábitos positivos, que podem ser mantidos durante toda a vida, moldando os interesses e a qualidade de vida.
Com o passar dos anos, novas fases da vida são alcançadas, e mudar alguns hábitos acaba se tornando uma tarefa mais desafiadora. Por isso, o ideal é que boas práticas sejam ensinadas aos pequenos desde seus primeiros anos de idade.
Incentivar uma alimentação saudável é fundamental para que as crianças tenham um bom desenvolvimento e a garantia de um aprendizado adequado. Os nutrientes obtidos através da alimentação fazem parte de uma cadeira de reações bioquímicas que ocorrem no organismo humano.
Alguns desses nutrientes têm papel ativo e determinante na formação e manutenção da saúde dos neurônios, por exemplo, e sua deficiência pode acarretar problemas no organismo.
Cansaço, falta de motivação e até dificuldades de concentração e de manutenção do foco na hora de estudar são algumas consequências sérias que a falta de nutrientes pode causar nas crianças.
Sendo assim, uma alimentação de qualidade é indispensável para que os pequenos tenham plenas condições de aprender, brincar, socializar e tudo o mais que faz parte dessa fase. Uma boa nutrição ajuda a garantir que eles tenham a energia disponível para absorver e assimilar tantas novidades e aprendizados.
Além do mais, o momento da alimentação também é importante por possibilitar, por si só, uma série de ensinamentos. Quer ver só?! Confira no próximo tópico o que uma criança pode aprender no momento da alimentação.
Aprendendo com a comida
Uma alimentação saudável e equilibrada é fundamental para garantir que as crianças cresçam e se desenvolvam apropriadamente. Isso faz desse momento o ideal para inserir nas refeições alimentos que possam trazer a maior quantidade de nutrientes para o corpo, desde as primeiras etapas da introdução alimentar.
O segredo para uma boa alimentação é a variedade e valor nutricional do alimento. Por isso, vale a pena investir nos itens dos grupos alimentares principais: hortaliças e frutas, carnes e ovos, cereais, tubérculos e grãos.
Uma criança que aprende desde cedo a ter uma relação saudável com a comida e a reconhecer a importância na diversidade dos alimentos que ingere, certamente terá maior facilidade para manter esses hábitos durante as futuras fases de sua vida.
A alimentação infantil é um assunto sério, que tem efeito sobre toda a vida social e cognitiva da criança. Por isso é tão importante encará-la como parte fundamental da educação. Veja mais detalhes a seguir.
Conhecendo os alimentos
Órgãos de saúde nacionais e internacionais, pesquisadores e profissionais da área da saúde infantil orientam que a alimentação do bebê seja realizada até os 6 meses de idade com aleitamento materno exclusivo.
A partir desse momento, já é possível oferecer alimentos sólidos, quando então ela entra em contato com uma enorme diversidade de novas texturas e sabores.
No início da introdução alimentar, devem ser oferecidas 3 papas ao longo do dia: duas papas de frutas (de manhã e no meio da tarde) e uma papa salgada na hora do almoço. A amamentação deve continuar até os dois anos de idade.
Para começar, a papa deve ter uma espessura semelhante a de um purê, mas com o passar do tempo e a evolução e o aprendizado da criança, é indicado deixar pedaços maiores de comida de modo a incentivar a mastigação. No sétimo mês, é a vez de liberar uma quarta refeição, o jantar.
A partir do oitavo, dê a comida da família, mas certifique-se de que não tenha muito tempero, sal e gordura. Água filtrada ou fervida deve ser oferecida no intervalo entre as refeições.
Desde as primeiras papinhas oferecidas ao bebê, é importante que cada alimento seja apresentado separadamente no prato, assim ele tem condições de identificar e reconhecer o que está comendo.
Ele pode explorar o prato com a colher ou até mesmo com as mãos, assim terá liberdade para conhecer os sabores, texturas e aromas da comida.
É natural que os bebês comam pouco, por isso não insista para que ele coma “só mais uma colherinha” ou até esvaziar o prato.
Por trás dessa dica, há uma lição valiosa: dessa forma, a criança não perde a noção de saciedade ao comer além do seu próprio limite. Respeitar essa percepção é importante para evitar o sobrepeso.
Começando a mastigar
Os bebês não nascem sabendo mastigar. É através do processo de introdução alimentar que essa capacidade é adquirida, mesmo quando os dentinhos ainda não começaram a nascer.
No início, ele só não consegue cortar a comida, mas já consegue morder.
Ao ter contato com pedaços macios de frutas sem casca, alimentos bem cozidos e carnes bem desfiadas, a criança naturalmente aprende a mastigar.
Para isso, dê porções pequenas, colocando-as no canto da boca. Isso também ajuda a formar os dentes e a desenvolver a fala.
A importância dos bons exemplos na alimentação
Não basta incentivar uma boa alimentação para as crianças se a rotina alimentar da família seguir o sentido oposto, com refeições gordurosas regadas a fast foods e açúcares. O exemplo, como em muitos outros casos relacionados à educação infantil, fala muito alto também no que diz respeito à educação alimentar.
Por essa razão, é fundamental oferecer exemplos práticos desde cedo, que sirvam de motivação para a criança. É preciso aplicar os ensinamentos na prática para obter resultados efetivos.
A refeição feita na mesa, em família, é também uma excelente ocasião para que a criança aprenda com os adultos a saborear os alimentos, trocar experiências e interagir. É comprovado que famílias que comem juntas têm um padrão alimentar melhor.
Invista em fazer das refeições um momento agradável de convivência, e deixe telas de TV, celular ou tablet de lado. Isso vai ensinar a criança não só a apreciar cada porção de alimento ingerida, mas também a mastigar com calma, o que favorece uma boa digestão.
Da mesma forma, também é interessante evitar a compra de alimentos prontos, conforme veremos no tópico a seguir.
O envolvimento com o preparo da alimentação
Convidar as crianças para participar do preparo da comida é uma ótima ideia para quebrar qualquer barreira que elas tenham com relação aos alimentos naturais.
Preparar os alimentos em casa é uma oportunidade de incluir as crianças no processo, permitindo que elas se familiarizem com os alimentos e seus diversos usos e formas.
Ao alcançar uma determinada idade, é natural que as crianças demonstrem interesse pelo que é feito na cozinha, então por que não explorar isso também?!
A curiosidade infantil e a vontade de ajudar são ferramentas poderosas, que podem criar ainda mais interesse pela comida e ajudar a transformar uma preparação simples em uma verdadeira aula prática.
Não é necessário que os pais ou responsáveis tenham grandes conhecimentos culinários para isso, e o aprendizado pode começar na feira ou no supermercado.
Tudo isso ajuda a reforçar um vínculo positivo, tanto entre as crianças com a comida, quanto entre os pais e seus filhos.
É uma forma também de desenvolver consciência a respeito do que será ingerido. Convidar seus filhos a colocar a mão na massa fará com que eles tenham mais prazer ao degustar cada alimento, além de valorizar sua origem.
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