O que os nutricionistas sugerem para a introdução alimentar saudável?
A introdução alimentar pode ser uma das fases mais gostosas e desafiadoras da infância. Trata-se de um processo importante de aprendizagem, pelo qual a criança inicia seu relacionamento com os alimentos.
Confira neste texto as principais orientações de nutricionistas para garantir que essa etapa seja realizada da maneira mais tranquila e saudável possível.
Inicie a prática no tempo adequado
A principal indicação seguida no Brasil é de que a oferta de alimentos sólidos aconteça a partir dos seis meses de idade. Até esse momento, a dieta deve se basear exclusivamente no leite materno, que tem todos os nutrientes que o bebê precisa para se desenvolver de maneira saudável e segura.
Entidades que são referências no assunto, como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendam que a introdução alimentar seja iniciada nessa idade. Quando acontece antes do sexto mês, considera-se uma prática precoce e não muito segura, já que não garante nenhum benefício ao bebê, mas que pode, no entanto, apresentar alguns riscos.
Ainda hoje, não há evidências o suficiente que apresentem vantagens na introdução de outros alimentos além do leite materno na dieta do bebê antes que ele complete seis meses de idade. Pelo contrário: muitos pesquisadores e profissionais da área de saúde e nutrição infantil defendem que essa prática pode ser prejudicial e trazer problemas a longo prazo.
Crianças que entram em contato com alimentos sólidos antes do sexto mês apresentam maiores riscos de desmame precoce, o que pode acarretar doenças gastrointestinais como alergias alimentares e diarreia, para as quais o aleitamento materno é um importante e poderoso fator de proteção.
Portanto, a introdução alimentar precoce é considerada uma grande desvantagem para a saúde intestinal do bebê, principalmente devido ao risco de contaminação e exposição de alimentos.
Além dos problemas citados, a prática precoce também pode favorecer o surgimento de um futuro quadro de obesidade, hipertensão e diabetes.
E não vamos esquecer das capacidades motoras e cognitivas que envolvem a alimentação como um todo. Um bebê de seis meses reúne os aspectos fundamentais que garantem que uma refeição com alimentos sólidos seja realizada com mais segurança.
Algumas dicas podem fazer esse processo ser mais produtivo tanto para a criança quanto para a família como um todo. Confira no próximo tópico.
Dê bons exemplos na introdução alimentar
Aprender um novo hábito envolve tempo, paciência e o contato com bons exemplos, o que não seria diferente no caso de crianças que estão tendo os primeiros contatos com alimentos sólidos e uma nova forma de se alimentar.
Crianças aprendem por imitação. Sendo assim, o ideal é que as refeições sejam sempre feitas à mesa e em família, com horários regulares.
Além disso, de nada adianta servir uma alimentação saudável para a criança se outras pessoas da família têm uma dieta baseada em açúcares e fast food. Priorize alimentos in natura como frutas, legumes, grãos, cereais, tubérculos, carnes e ovos. Esses são os itens que devem servir de base, tanto para a refeição da criança quanto para a dos adultos.
O objetivo de ensinar bons hábitos alimentares desde cedo para a criança pode ajudar a família como um todo a também adquirir práticas mais saudáveis. Tudo deve ser pensado e feito com o propósito de facilitar esse momento de transição para a criança, como veremos a seguir.
Facilite para o bebê
A introdução alimentar requer que os alimentos sejam adaptados conforme a aquisição de habilidades dos bebês.
No início, o ideal é que os alimentos sejam amassados com colher ou garfo de forma a obter uma espessura semelhante a de um purê. Frutas devem ser servidas sem casca e sem sementes, amassadas ou raspadas.
Os alimentos da papa salgada devem ser bem cozidos e levemente temperados, e as carnes devem ser desfiadas.
Conforme o bebê estiver mais familiarizado, ofereça os alimentos em pedaços maiores, de modo que possa pegar com a mão, reconhecer, explorar e levar à boca. Com o tempo, a oferta vai cada vez mais se aproximando à textura dos alimentos servidos para a família.
Dê prioridade para alimentos in natura na introdução alimentar
Frutas, verduras, legumes, cereais, grãos, carnes e peixes devem ser a base da alimentação durante a introdução alimentar. Explore a enorme diversidade de frutas e hortaliças.
Escolha alimentos orgânicos sempre que possível, e passe longe dos ultraprocessados (macarrão instantâneo, salgadinhos, bolachas industrializadas etc.).
No primeiro ano de vida, há ainda a recomendação de evitar sucos, já que uma vez transformada em suco, a fruta perde boa parte do seu valor nutricional. Açúcar e doces não devem ser ofertados até os 2 anos de idade.
Adapte a rotina doméstica
O Ministério da Saúde recomenda, por meio do Guia Alimentar para a População Brasileira, que o bebê coma a comida da família, desde que ela seja saudável e tenha a textura adequada
Essa é uma dica que pode facilitar e muito a rotina familiar. Na prática, isso significa, na maioria das vezes, ter de amassar alimentos sólidos com um garfo, de modo que se transforme em uma papinha. A adaptação pode ser muito mais fácil do que parece. Com o passar dos meses, os alimentos podem ser oferecidos em pedaços maiores.
O manual também sugere que a comida da família toda seja feita com uma quantidade mínima de sal. Nesse caso, o bebê pode consumi-la. O tempero da refeição da criança deve ser bem leve, por isso dê preferência para temperos naturais como cebolinha, salsinha, cebola e alho – em quantidades pequenas, é claro.
Para facilitar ainda mais o preparo das refeições, explore técnicas de congelamento, que não comprometem a preservação dos nutrientes. Esse tipo de solução pode ajudar no planejamento das refeições como um todo, sem deixar a qualidade de lado.
O branqueamento é uma tática muito vantajosa nesse sentido: consiste em cozinhar os vegetais por pouco tempo e em seguida gerar um choque térmico com água gelada e gelo, para brecar a cocção, e congelar na sequência. A comida fresca pode ser armazenada na geladeira, com segurança, por dois dias.
Introdução Alimentar: Ofereça alimentos variados
Manter uma dieta diversificada é essencial para que a criança tenha contato com diferentes sabores, texturas e nutrientes.
Como tudo nessa fase é novidade, a recusa da criança em comer um ou outro alimento deve ser encarada com naturalidade. O aleitamento materno deve ser mantido até quando for possível, e continuará sendo a principal fonte de energia e de nutrientes até que o bebê complete seu primeiro ano de vida.
Lembre-se disso e curta as primeiras experiências do bebê à mesa sem muita preocupação se ele vai aceitar a comida ou não. No início da introdução alimentar, o que mais importa é que a criança tenha contato com os alimentos.
Os pigmentos dos alimentos são importantes indicadores de suas características, por isso é válido pensar numa dieta colorida. Para servir de orientação, você pode montar o prato do almoço ou jantar contendo 4 ou 6 grupos coloridos (vegetal verde, vegetal de outra cor, tubérculos, cereais, grãos e carnes ou ovos).
Por fim e em tempo, se houver qualquer dificuldade no processo de introdução alimentar, não hesite em buscar o apoio do pediatra que acompanha a criança e/ou de um nutricionista com especialização em alimentação infantil.
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