Como deve ser feita a introdução alimentar do bebê?

Quem tem bebê pequeno em casa conhece a expectativa para iniciar a introdução alimentar e saber como será a adaptação do pequeno às novas texturas, sabores e aromas.

São diversas as novidades que fazem essa etapa ser ainda mais especial. Afinal de contas, toda a família acaba envolvida nas transformações de cada fase da vida do bebê. 

No artigo a seguir, vamos falar quando e como deve ser feita a introdução alimentar. Confira!

O melhor momento para iniciar a introdução alimentar 

Diversos órgãos de saúde nacionais e internacionais como a Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam que a introdução alimentar seja realizada a partir dos seis meses de vida do bebê.

Uma série de questões fazem dessa idade a mais adequada para toda a adaptação envolvida. 

Introduzindo a papinha no cotidiano no bebê

Com seis meses, o bebê consegue firmar o tronco e a cabeça sem precisar de apoio, suas funções cognitivas e psicomotoras estão mais desenvolvidas, e o seu sistema gastrointestinal está preparado para receber e digerir novos nutrientes. 

Essa é uma fase marcada pela curiosidade da criança, que já tenta alcançar, tocar e pegar objetos que estão ao seu alcance, comumente levando-os à boca.

Todos esses fatores favorecem e facilitam o processo da introdução alimentar nessa fase da vida. 

O aleitamento materno deve ser mantido de maneira exclusiva até os seis meses de idade, quando então outros alimentos serão oferecidos para complementar a alimentação da criança.

Respeitar esse tempo também é importante para evitar o desmame precoce, que pode ter consequências sérias para a saúde. Veremos mais detalhes a seguir. 

Quais os riscos da introdução alimentar precoce? 

Não há qualquer evidência que comprove benefícios na introdução de outros alimentos além do leite materno antes dos seis meses de idade do bebê.

Quando isso é realizado, considera-se que houve uma introdução alimentar precoce, tendo em vista que a recomendação comumente seguida no Brasil propõe que isso seja feito a partir do sexto mês.

A introdução alimentar precoce é algo que pode inclusive apresentar riscos para a saúde da criança. Uma das suas principais consequências pode ser o desmame precoce, que pode acarretar problemas como sobrepeso, hipertensão e diabetes. 

O leite materno é uma importante fonte de bactérias probióticas, que fortalecem o funcionamento do sistema gastrointestinal como um todo.

Quando acontece o desmame precoce, a criança fica exposta ao risco de contaminação por causa de alimentos, tendo mais chances de apresentar problemas como diarréias, irritações, alergias e infecções gastrointestinais. 

O mais indicado, portanto, é manter o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade, quando então deve ser iniciada a introdução alimentar.

A importância da introdução alimentar

A partir desse momento, a amamentação e a oferta de outros alimentos têm papéis complementares na dieta da criança, que passa a estar mais preparada para digerir os nutrientes recebidos. Além disso, é recomendado que o aleitamento seja realizado até os dois anos

Confira a seguir como deve ser feita a introdução alimentar. 

Como funciona a introdução alimentar? 

A partir dos seis meses de vida, a criança deve ter contato com outros alimentos além do leite materno de modo a complementar sua dieta e suprir sua necessidade de nutrientes. 

O recomendado é ter uma nutricionista que acompanhe a realidade da criança e dos pais, por isso, em alguns berçários você encontra esse tipo de profissional.

Mas a recomendação geral é que a criança faça três refeições ao dia: papa de fruta no meio da manhã, papa salgada no almoço e mais uma papa de fruta no meio da tarde.

Papinha doce no meio da tarde!

Não é preciso ser rígido com relação aos horários, basta que as papinhas sejam oferecidas de maneira regular em intervalos de duas a três horas. Água filtrada ou fervida deve ser dada entre as refeições.

Durante o processo de introdução alimentar, é possível que alguns alimentos sejam rejeitados pela criança, o que deve ser encarado com naturalidade.

Vale lembrar que ela está passando por uma etapa de adaptação e muitas novidades. Não force para que ela coma o que recusar, deixe para tentar oferecer o alimento novamente em outra ocasião. 

Criança recusando comida

A alimentação do bebê precisa ser rica em vitaminas, ferro, zinco, proteínas e carboidratos, de modo que sejam combinados alimentos de diversos grupos alimentares.

Hortaliças e frutas, carnes e ovos, cereais, tubérculos e grãos ajudam a garantir tudo o que a criança precisa para um desenvolvimento adequado. 

Ao preparar as refeições, certifique-se de que elas fiquem espessas, com uma textura semelhante a de papas ou purês. Para que a comida não fique muito fina, evite usar o liquidificador para bater os alimentos.

Amasse com o garfo, assim a papinha fica com a consistência ideal para estimular a mastigação da criança. Gradativamente, ofereça papinhas mais grossas e com pedaços maiores de alimento. 

Aos poucos, vá inserindo grãos maiores na alimentação
Aos poucos, vá inserindo grãos maiores na alimentação

Para fazer a papa de frutas, raspe-as ou amasse com o garfo, oferecendo na colher. A papa salgada, por sua vez, pode ser feita com legumes, verduras, cereais, tubérculos, carnes, ovo, feijão, etc., mas recomenda-se não misturar os grupos alimentares, assim a criança pode experimentar separadamente e identificar todas as texturas e sabores. 

Como a refeição salgada deve conter um alimento de cada grupo alimentar, aqui vão algumas sugestões possíveis: 

  • Hortaliças (folhas verdes, abóbora, beterraba, quiabo, tomate, cenoura etc.);
  • Cereais e tubérculos (arroz, batata-doce, batata, inhame, macarrão, aipim etc.);
  • Carnes e ovos (frango, peixe, boi, pato, vísceras ou miúdos, codorna, ovos etc.);
  • Grãos (feijão, lentilha, soja, ervilha, grão-de-bico etc.).

Os alimentos devem estar bem cozidos e preparados com pouca água. As carnes devem ser desfiadas. Use ingredientes frescos para temperar, mas sem exageros, pois o tempero deve ser leve.

Algumas opções são salsinha, cebolinha, cebola, alho e pouco sal. Se precisar usar óleo, prefira os vegetais, como óleo de milho, soja ou canola, e assim como o sal, sempre em pequena quantidade. 

Prefira optar sempre pelo alimento mais natural o possível
Prefira optar sempre pelo alimento mais natural o possível

A partir do primeiro ano de vida, a criança já pode receber a alimentação básica da família (exceto, é claro, alimentos industrializados, gordurosos e com excesso de sal).

Até completar o segundo ano de idade, a criança deve continuar sendo amamentada, recebendo três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar) e dois lanches (fruta, cereal ou pão). 

A variedade na escolha dos alimentos é o ideal para garantir tudo o que um bebê precisa para um desenvolvimento adequado, por isso é indicado que os componentes dos diferentes grupos alimentares sejam estrategicamente explorados. Saiba mais detalhes no próximo tópico. 

Na dúvida, aposte na variedade

Nesse caso, o que vale para os adultos também é o recomendado para os bebês. Portanto, sua alimentação deve ser baseada na variedade de nutrientes e alimentos.

Variedade de alimentos para fazer papinha

Para colocar isso em prática, um novo alimento de cada grupo alimentar deve ser escolhido a cada dia ou a cada refeição para compor a papa salgada. Se em uma refeição você ofereceu abóbora, na próxima pode oferecer cenoura, e assim por diante, de modo a ampliar o paladar da criança.

Sempre que possível, disponibilize carnes, que devem ser servidas desfiadas. Vísceras e miúdos também são ótimas opções, uma vez que são importantes fontes de ferro

Quanto às frutas, você pode oferecer duas opções por dia, dando prioridade para aquelas que são ricas em Vitamina A.

Vá intercalando entre as opções de papinha

Nesse caso, também é importante intercalar: se o bebê comeu banana e pera em um dia, ofereça melancia e maçã no outro, por exemplo. 

Como bem se sabe, a variedade na alimentação é um dos segredos para manter uma boa saúde. Por isso é tão importante que isso seja incentivado desde os primeiros meses de introdução alimentar da criança, possibilitando que ela se adapte aos novos sabores e se torne um adolescente e um adulto saudável, com alimentação balanceada e paladar diversificado. 

Restou alguma dúvida sobre o assunto que não foi respondida nesse artigo? Deixe um comentário abaixo e vamos ajudar a resolvê-la.

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