Quais os riscos do uso prolongado da chupeta e mamadeira? Existe algum efeito colateral prejudicial à saúde da criança?

Embora antigamente fosse muito comum o uso da chupeta para acalmar os bebês e crianças pequenas, hoje em dia o item que antes era indispensável no enxoval pode se tornar um grande vilão para a saúde dos pequenos. Isso porque, de acordo com algumas pesquisas realizadas, os bicos de mamadeiras e chupetas podem resultar em grandes malefícios para a saúde dos bebês. Mas você conhece todos os os riscos do uso prolongado da chupeta e mamadeira?

Enquanto a AAP – Academia Americana de Pediatria – indica o uso das chupetas em recém nascidos, muitos profissionais discordam da recomendação usando como base os dados de pesquisas que mostram como os efeitos colaterais dos bicos podem ser prejudiciais à saúde dos bebês e crianças pequenas.

Afinal, a chupeta é um item usado para que o bebê tenha a sensação de estar sugando o seio da mãe, o que lhe gera um grande conforto. E apesar de acalmar de fato os bebês, as chupetas desempenham um papel importante na parte neurológica dos pequenos, fazendo com que eles provem o sentimento de satisfação o tempo todo, resultando em efeitos colaterais que incluem até mesmo distúrbios alimentares.

Para que você entenda melhor os riscos de usar a chupeta e mamadeira em bebês por períodos prolongados, separamos um post completo falando mais sobre o assunto. Confira!

Prejudica a amamentação

Um dos principais riscos do uso prolongado da chupeta e mamadeira é seu impacto negativo na amamentação por causar uma confusão de bicos, especialmente no caso da mamadeira. Isso porque o bico da mamadeira tem uma vazão maior e o bebê não precisa sugar com tanta força para que o leite saia. 

Com o passar do tempo, a facilidade da mamadeira acaba fazendo com que o pequeno deixe de se esforçar para sugar o leite materno, resultando em um desmame precoce.

Problemas com os ossos da boca

O uso prolongado dos bicos, especialmente depois dos 2 anos de idade, prejudica toda a arcada dentária das crianças causando uma modificação esquelética, um dos maiores causadores de mordidas cruzadas e abertas.

Além disso, os brics ainda deixam os dentes tortos e causam uma pressão no céu da boca, empurrando os ossos para frente e para cima, impactando também na posição de repouso da língua.

Infecções

Outro risco que o uso da chupeta traz é o de infecções, já que conta com vários furinhos e frestas nas quais juntam várias bactérias que em contato com a saliva, se proliferam mais rapidamente e afetam o sistema imunológico da criança, que pode apresentar quadros de diarréia, candidíase oral e aftas recorrentes.

Vícios orais

Crianças que fazem uso da chupeta por muitos anos durante a infância têm uma tendência maior ao vício em cigarros e compulsão alimentar.

Isso acontece porque a chupeta é usada como uma forma de acalmar a criança, que quando cresce, busca conforto em outros itens para aliviar a tensão e estresse e se sentir acolhido, como o cigarro ou a comida.

De acordo com algumas pesquisas, crianças que chupam chupeta por mais de 2 anos são mais propensos a começarem a fumar durante a adolescência.

Disfunção cognitiva

Outro estudo publicado pela SBP revelou que crianças que chuparam chupeta por muito tempo tiveram um desempenho de pelo menos 16% a menos em testes de inteligência quando adultos em comparação com os que não usaram o item na infância.

A explicação tem como base o sentimento de satisfação provocado pela chupeta, já que quando ela está na boca as crianças são menos curiosas e mais estimuladas. Afinal, durante esse período elas se sentem confortáveis e não são provocadas a descobrir coisas novas.

Existe alguma forma de minimizar os riscos do uso prolongado da chupeta e mamadeira?

Os especialistas acreditam que o reflexo primitivo de sucção do bebê deve ser saciado apenas com o seio da mãe, evitando assim que ele corra o risco de ficar dependente de algo que o console o tempo todo.

Mas caso os pais decidam usar a chupeta para auxiliar em determinados momentos, existem alguns cuidados para tomar e minimizar os riscos:

evitar oferecer a chupeta no primeiro mês de vida do bebê;

• tirar a chupeta antes do bebê completar 1 ano de idade ou, no máximo, 2 anos;
• usar a chupeta apenas em momentos específicos e esporádicos, evitando ao máximo que o bebê acostume dormir com a chupeta na boca;
• dar preferência para bicos ortodônticos para evitar que a chupeta danifique os ossos estruturais da boca do pequeno;
• optar pelos bicos de silicone que são menos porosos e nunca de látex para que sejam esterilizados sem correr o risco de deformação.
• escolher chupetas com o escudo que tenha furinhos para evitar o risco de asfixia de acordo com a normas da ABNT para chupetas;
• nunca comprar mais de uma chupeta nem prendê-la em fraldas e correntes para não estimular o uso do item;
• escolher chupetas mais simples e sem brilhos e adereços chamativos para não estimular o uso pela criança.

Os mesmos cuidados devem ser tomados na hora de escolher a mamadeira, especialmente para as mães que voltam ao trabalho depois da licença maternidade e optam por tirar o leite para que a criança possa tomar na mamadeira enquanto ela estiver fora.

Agora que você conferiu todos os riscos do uso prolongado da chupeta e mamadeira, evite oferecer esses itens para seus filhos. Caso eles já façam o uso, você pode usar técnicas para tirar a chupeta da criança sem traumatizá-la, evitando assim riscos maiores ao longo dos anos e especialmente na fase adulta.

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