Como a escola infantil pode auxiliar na introdução alimentar do bebê?
Introdução alimentar. Naturalmente complexa e repleta de novidades, a fase da introdução alimentar pode ser um desafio ainda maior quando vivenciada em escolinhas infantis e creches.
O desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e sensoriais da criança está entre as propostas pedagógicas da educação infantil para crianças de zero a três anos, o que inclui também a alimentação.
Parte integrante do processo pedagógico infantil, a alimentação escolar é importante pois envolve a fase na qual ocorre a formação dos hábitos alimentares que poderão ser propagados até a vida adulta. Ter uma alimentação saudável e equilibrada requer aprendizado, o que exige o envolvimento da escola nesse processo.
Como isso deve ser feito? Confira a seguir como funciona a introdução alimentar e em seguida como a escola infantil pode auxiliar nesse processo.
Comece a introdução alimentar a partir dos 6 meses
Há muita expectativa envolvida na fase de introdução alimentar: como o bebê irá se adaptar às novidades, se vai ou não aceitar os alimentos sólidos, como será a conciliação com a rotina familiar da casa, e assim por diante.
Além de toda a preocupação de inserir os primeiros alimentos em casa, o bebê também vai ser apresentado aos alimentos enquanto está na creche ou escolinha. É por isso que essa etapa precisa de muita atenção por parte dos pais que precisam enviar os seus filhos à uma instituição de ensino.
Para começar, vamos falar sobre a introdução alimentar por si só. Ela deve ser iniciada quando o bebê completar seis meses de idade, que até então devem ser mantidos com aleitamento materno exclusivo.
Nesse momento, apenas o leite materno não é mais suficiente para atender a todas as necessidades nutricionais da criança, por isso a oferta de alimentos sólidos é necessária.
Essa idade é a ideal e a mais recomendada por entidades de saúde, como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre muitas outras no Brasil e no mundo. A introdução alimentar antes disso é considerada precoce e pode levar ao desmame precoce, problemas intestinais, sobrepeso, diabetes e hipertensão.
Quando realizada tardiamente, também é motivo de preocupação, pois pode acarretar na desaceleração do crescimento, no aumento do risco de desnutrição e no surgimento de deficiências de alguns nutrientes essenciais para a saúde da criança.
Continue a leitura para entender como deve ser feita a introdução alimentar.
Adapte os alimentos em prol da idade na introdução alimentar
A introdução alimentar, também chamada de alimentação complementar, deve envolver a oferta de alimentos ricos em ferro, zinco, cálcio, folato e vitaminas A e C. É necessário uma atenção especial quanto ao contato com os novos alimentos, já que a criança passa a conhecer sabores, texturas e consistências diferentes do leite materno.
O ideal é que as creches contenha o acompanhamento de um nutricionista, que deve planejar o cardápio com base nas necessidades nutricionais de cada faixa etária. É preciso lançar mão de preparações que sejam de fácil consumo, boa aceitação pelas crianças e em quantidades apropriadas para a sua idade.
Durante a introdução alimentar, é preciso oferecer uma alimentação basicamente baseada em frutas amassadas, papas salgadas e consumo de água entre os intervalos das refeições.
Para facilitar e evitar o risco de engasgar, as frutas devem ser oferecidas sem casca e sempre sem sementes. Podem ser amassadas ou raspadas.
As papas salgadas devem ser feitas com alimentos cozidos em pouca água, sem adição de sal e condimentos, e oferecidas amassadas com um garfo. Os itens não devem ser misturados no prato, pois é importante que a criança tenha condições de reconhecer os diversos sabores e texturas dos alimentos. Podem ser preparadas com verduras e legumes, cereal ou tubérculo, carnes e leguminosas.
Com a adaptação das crianças, as frutas não precisam ser mais amassadas, e devem ser oferecidas em cortes menores. A partir dos 8 meses, a papa salgada pode ser substituída aos poucos pela refeição comum consumida pelos adultos, desde que sejam preparadas com temperos leves.
A partir dessa idade, os alimentos podem ser oferecidos desfiados, picados ou cortados em pedaços pequenos, para estimular a mastigação.
Agora que já sabemos como a introdução alimentar deve ser feita, vamos conferir a seguir como a escola infantil entra nesse processo.
Atente para a escolha da creche
Escolher a instituição de ensino que os filhos irão frequentar nunca é uma tarefa fácil, pois envolve muita pesquisa, informação e ponderação dos principais benefícios oferecidos, entre muitos outros aspectos a serem avaliados. Quando se trata, então, da primeira escolinha ou berçário, é natural que a preocupação seja grande.
A prioridade quanto à alimentação saudável é um fator tão importante quanto analisar espaços, a atuação dos professores, a grade curricular e as atividades extras oferecidas.
Portanto, para escolher a instituição ideal que esteja alinhada com o que você procura, fique atento se a alimentação balanceada está entre as principais preocupações da escola. É fundamental que você se sinta confortável e seguro com relação a isso. A boa notícia é que as instituições infantis estão cada vez mais preparadas em relação a esse aspecto, o que torna mais fácil encontrar uma boa opção.
Converse com os profissionais envolvidos na introdução alimentar da criança
A hora das refeições deve ser vista como um tempo de qualidade entre adulto e criança, independente da sua idade. Após escolher a creche ideal para o seu filho, converse com os profissionais responsáveis pela alimentação sobre como é realizada a introdução alimentar em casa.
Isso pode facilitar o trabalho da pessoa encarregada com essa tarefa, já que os pais sabem como ninguém qual as preferências e limitações dos seus filhos.
Esse também é o momento para dialogar sobre possíveis orientações que você gostaria que fossem seguidas. Por exemplo, não é indicado que o preparo dos alimentos envolva o liquidificador ou a peneira, pois esses utensílios deixam a papa com uma consistência muito fina.
Se você não gostaria que as refeições do seu filho sejam feitas dessa forma, converse a respeito, bem como se existir quaisquer outras questões que você julgar pertinente pontuar.
Os profissionais da creche geralmente seguem as orientações passadas pelos pais para dar andamento na introdução alimentar na instituição. Embora essa fase não seja necessariamente cheia de regras, é importante manter uma constância e uma rotina de alimentação, o que vai ajudar na adaptação do bebê.
Também vale considerar que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, que deve ser observado e respeitado de modo a garantir a construção de uma relação saudável com a comida. É importante que os profissionais designados sejam capacitados a entender os seus sinais para saber quando está na hora do próximo passo.
O processo de introdução alimentar fica muito mais tranquilo quando em casa e na creche as refeições são realizadas de forma parecida.
Faça um reserva de leite materno
Como é recomendado que o leite materno continue fazendo parte da alimentação da criança até pelo menos os 2 anos de idade, a mãe pode estocar o leite e disponibilizá-lo para que a creche sirva para a criança durante o horário escolar.
Basta retirar o leite na hora da amamentação ou com a ajuda de um extrator de leite, e conservar gelado. Para quem não conta com uma produção de leite muito intensa, é só manter congelado no freezer. O leite materno congelado dura até 15 dias.
Na creche, os profissionais vão administrar o leite materno e os alimentos conforme combinado com os pais de cada criança.
Mantendo um diálogo aberto e constante com a instituição e os profissionais envolvidos no cotidiano do seu filho, a introdução alimentar tem tudo para ser um sucesso!
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