Como a diversidade de alimentos auxilia a criança a não ser seletiva com os alimentos?
A introdução alimentar é uma das fases mais esperadas do desenvolvimento infantil. Envolve uma grande expectativa por parte dos pais e responsáveis de como o bebê receberá os novos alimentos, quais serão suas preferências, e se haverá alguma rejeição.
Na maior parte das vezes, a criança é bastante receptiva às novas texturas e sabores, mas é natural que um ou outro elemento seja recusado.
O que fazer quando a recusa por determinados grupos alimentares se torna persistente? E como evitar que isso aconteça? Confira a seguir porque a diversidade alimentar é uma importante aliada durante todo esse processo.
Fase da alimentação seletiva
Depois de passada a fase de introdução alimentar, é possível que a criança passe a rejeitar de maneira veemente alguns alimentos, até mesmo aqueles que até então ela aceitava tranquilamente. Esse momento é chamado de fase da alimentação seletiva, quando as crianças passam a enrolar horas diante da refeição.
O assunto é recorrente e fonte de preocupação de muitas mães e pais. Acontece geralmente com crianças que já estão bem avançadas na introdução alimentar, por volta dos 2 anos de idade ou mais. Nessa idade, as crianças querem “escolher” os alimentos.
Como é de se imaginar, o embasamento para essas escolhas nem sempre é confiável, já que dificilmente serão escolhidos itens que a criança não tem o costume de comer desde cedo.
A alimentação seletiva é uma fase caracterizada por recusa alimentar, pouco apetite e desinteresse pelo alimento e pelo momento das refeições. Também pode envolver preferências alimentares muito restritas.
Especialistas afirmam que é normal que a criança demonstre determinados comportamentos seletivos em certas etapas do seu desenvolvimento, o que acontece quando a criança começa a descobrir o mundo.
Por volta dos dois anos de idade, a criança está aprendendo a ter mais autonomia e descobre o prazer de fazer escolhas, inclusive na alimentação.
Se bem compreendida e gerenciada pelos pais e cuidadores, essa fase de alimentação seletiva pode ser pontual e temporária.
Porém, se não houver atenção em relação a isso, a seletividade alimentar pode acompanhar a pessoa até a adolescência e idade adulta, comprometendo sua relação com a comida e, consequentemente, sua saúde.
Sendo assim, é melhor prevenir do que remediar, certo?! A prevenção da seletividade alimentar começa no primeiro ano de vida do bebê, quando os primeiros alimentos são oferecidos. Confira a seguir.
Tudo começa na introdução alimentar
Se você ainda está começando a oferecer alimentos sólidos para o seu bebê, saiba que esse é o momento que vai moldar boa parte da relação futura que ele terá com a comida. O melhor caminho para evitar que a criança desenvolva rejeição aos alimentos é caprichar na introdução alimentar, apostando na diversidade de alimentos e suas formas de apresentação.
É durante a introdução alimentar que o bebê cria os hábitos alimentares que carregará consigo por toda a vida. Portanto, é fundamental que seja um processo que possibilite o aprendizado e envolvimento com os alimentos, de modo a criar um vínculo positivo com eles.
Ao oferecer os primeiros alimentos sólidos ao bebê, não é preciso se preocupar se a criança vai ou não comê-los. O mais importante nesse momento é que ela tenha esse contato inicial.
Se tratando de uma fase de muitas novidades e descobertas, é totalmente natural que a criança demonstre rejeição em algum momento. Diante disso, não force para que ela coma: o melhor é deixar para oferecer o alimento novamente em outra ocasião.
Segundo profissionais da área de saúde infantil, pode ser necessário oferecer um alimento de 8 a 10 vezes para um bebê em introdução alimentar até que ele aceite. Dessa forma, o paladar vai se construindo gradualmente.
Vale ressaltar que a resistência da criança com determinado alimento pode ser um resultado da insuficiência de contato com o item em questão, o que gera uma percepção de estranhamento e impossibilita a criação de uma boa relação com a comida.
É papel dos pais e cuidadores proporcionar experiências alimentares diversificadas ao bebê, de modo que ele crie memórias e registre o que é cada coisa.
Além da importância de ofertar uma alimentação baseada na variedade de alimentos, é também importante diversificar na apresentação dos mesmos.
Se um dia você ofereceu cenoura ralada, no outro ofereça ela amassada, e em formato de palito quando a criança já estiver em uma fase de alimentação mais desenvolvida, e assim por diante.
Cada forma como o alimento é apresentado cria um novo registro para o bebê, e quanto mais registros, melhor.
Seu filho pode sim ter preferência alimentares, isso é natural. Porém, durante a fase da introdução alimentar, a criança ainda está desenvolvendo o seu paladar, por isso é importante explorar essa abertura para as novidades. Persista e continue oferecendo todos os tipos de alimentos saudáveis, até mesmo aqueles que ela já demonstrou não gostar muito.
Um erro comum é permitir que as crianças comam apenas o que elas querem, deixando de oferecer outras opções, e é justamente por causa disso que a seletividade vai se agravando. Coloque no prato mesmo os alimentos menos aceitos, porque os gostos também mudam.
Outro equívoco recorrente é oferecer sucos ou chás adoçados para o bebê. Isso pode fazer com que ele desenvolva preferência por tudo o que é doce, o que também se caracteriza como um tipo de seletividade alimentar.
Se a ideia é manter a criança hidratada, ofereça água entre as refeições. Além disso, sucos nem sempre são uma boa ideia – dê prioridade às frutas in natura, que oferecem mais nutrientes e vitaminas.
Com o objetivo de manter a criança bem alimentada, os cuidadores podem acabar oferecendo o leite materno sempre que ela rejeita o alimento sólido. Isso também deve ser evitado, pois acaba favorecendo que o bebê crie uma preferência em ingerir o que é líquido ou pastoso, o que pode atrasar o seu desenvolvimento.
Outra dica interessante: faça as refeições em família. O hábito de realizar refeições com todos reunidos em volta da mesa é muito importante, pois propicia conexão e troca familiar. Muito além do simples propósito nutricional, esse hábito também ajuda a criar registros positivos para a criança.
Também é indicado evitar qualquer distração durante a refeição. O excesso de estímulos (como tablets, TV e brinquedos) pode tirar o foco da alimentação, diminuindo o interesse da criança pela comida e sua vontade de comer, e interferindo nos registros de prazer em relação aos alimentos.
Para as crianças mais crescidas, algo que pode ajudar a criar o interesse pelos alimentos é envolvê-las no preparo da comida e do ambiente da refeição.
Esses momentos oferecem a elas a oportunidade de estar perto do alimento sem a pressão para comer. Também é uma forma de usar a curiosidade das crianças e sua vontade de ajudar a seu favor, já que esse tipo de comportamento é comum a partir de certa idade.
De qualquer forma, o acompanhamento do pediatra ou até mesmo com um profissional especializado em alimentação infantil pode ser importante para ajudar as famílias a lidar com a seletividade da criança.
Além disso, caso a criança frequente berçários, verifique se há uma nutricionista ou um profissional qualificado para ajudar a família nesse processo, adaptando a alimentação da criança seguindo a realidade de cada um.
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